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Poço caipira: entenda o risco de poços rasos

Atualizado: 5 de out. de 2023

Poços caipiras ou semi artesianos rasos, de até 20 metros, costumam ter uma reserva de água instável e contaminada. Se você está em busca de uma opção para sua casa ou fazenda, conheça os principais riscos e entenda qual é a melhor opção para você


Está em busca de um poço para sua casa, fazenda ou sítio?


Muitas vezes, as pessoas desejam um poço simples, também chamado de poço caipira, de até 20 metros por acreditar no custo-benefício deste produto.


Mas o barato pode sair caro. Isso porque poços caipiras são sujeitos a condições climáticas e podem ficar sem água.


Além disso, a água de captações superficiais é frequentemente imprópria para consumo humano, por ser facilmente contaminada por material que cai na terra em volta do poço, como animais mortos, esterco de gado, agrotóxicos utilizados nas proximidades etc.


Qual a principal diferença entre poços semi artesianos e caipiras?


Poço semi artesiano é todo poço que precisa de um conjunto de bombeamento para jorrar água. Eles podem ser rasos ou profundos.


Por outro lado, só chamamos de poços artesianos aqueles que jorram água naturalmente, sem precisar da ajuda de bombas. No entanto, esse nome também é popular entre poços bastante profundos, que captam água de aquíferos e fendas rochosas a mais de 80 metros.


No geral, poços de até 20 metros são chamados de poços caipiras, e perfurados manualmente. Estes são os mais perigosos para a saúde humana, bem como os mais propensos a secar de acordo com o clima.


Poços semi artesianos de 20 a 80 metros, quando perfurados por uma máquina especializada, revestidos e com filtros instalados, costumam ser mais seguros.


No entanto, a qualidade da água não é tão garantida quanto a de um poço artesiano profundo, de 100 metros ou mais. Entenda abaixo:


Quais são os principais riscos dos poços rasos?


Instabilidade


A captação de água é superficial, ou seja, feita em camadas de solo muito próximas à superfície.


Essas reservas frequentemente dependem de água da chuva para ficarem abastecidas. Logo, em tempos de seca, o poço pode diminuir de vazão ou até ficar totalmente sem água.


Contaminação


A água de camadas superficiais do solo também é frequentemente contaminada.


Já comentamos aqui da contaminação por atividades no entorno, como plantações ou fazendas de gado. Esgotos, depósitos de resíduos sólidos e armazenamento de combustíveis são apenas alguns dos outros perigos.


Além disso, elementos como nitrato, nitritos e coliformes podem ser encontrados na água de poços rasos e/ou irregulares, substâncias associadas a doenças tanto simples quanto graves, como diarreia, hepatite e câncer.


Uma pesquisa realizada no sudoeste do Paraná, por exemplo, descobriu que 32,3% da água de poços da região possuíam níveis de nitrato maiores do que o permitido por lei. Essa é provavelmente uma das principais causas de problemas de saúde em pessoas que bebem tal água.


No geral, quanto mais profunda for a captação, melhor será a qualidade da água. Isso porque, ao longo do tempo, ela vai sendo filtrada naturalmente por camadas rochosas e por sedimentos.


Suas chances de encontrar água adequada para consumo humano sem necessidade de tratamento químico são muitos maiores com um poço artesiano de cerca de 100 metros, que capta água de aquíferos, do que com poços mais rasos com captação freática.


Vale lembrar que é preciso realizar uma análise bacteriológica da água antes de bebê-la, para confirmar sua potabilidade.


Vazão baixa


Quem usa muita água – seja para uma piscina, para irrigação, pastagem ou outros usos –precisa de um poço com uma boa vazão. Por exemplo, um poço para um sítio com uma piscina pequena e que atenda uma família deve ter uma vazão de cerca de 2.000 litros por hora.


Geralmente, a vazão de um poço é maior quanto mais profundo ele for, e maior diâmetro tiver. Sendo assim, poços rasos podem não atender às suas necessidades diárias.


Péssimo custo-benefício


Você pode até pensar que o poço raso, por ser mais barato, vale a pena, mesmo com os riscos de água de má qualidade ou escassez.


Não é bem assim: o valor do investimento é bastante alto em relação aos riscos, tornando o custo-benefício de poços semi artesianos rasos muito ruim.


Vamos fazer as contas: o preço de um poço raso gira em torno de R$ 8 a 10 mil, sem a legalização.


Ter um poço clandestino é uma péssima ideia – além de prejudicar o meio ambiente, você fica sujeito a multas e interdição da atividade (saiba mais aqui). Se um poço legal for construído nas proximidades e criar interferência na sua água, por exemplo, você pode ser denunciado e ter que fechar o seu poço.


Uma vez que os gastos com legalização são de cerca de R$ 5 mil, você pode desembolsar até R$ 15 mil por um poço impróprio para consumo humano e que pode ficar sem água ou não atender às suas necessidades.


Com um investimento maior, você obtém um poço com uma vida útil excelente, água de maior qualidade e maior vazão.


Quando o poço caipira ou raso vale a pena?


Em alguns casos, se o cliente não pretende consumir a água, nem possui um uso diário alto, o poço raso pode ser uma solução.


Por exemplo, se o seu objetivo for limpeza de galpões ou vias públicas, irrigação ou combate a incêndio, talvez não precise investir em um poço artesiano.

Ainda tem dúvidas? Fale conosco! Será um prazer atendê-lo.
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