Apesar do início da temporada de chuvas, previsão é de que o país não se recupere tão cedo da estiagem mais intensa de sua história recente
Estamos vivendo a pior seca de nossa história recente, mais severa do que a de 2015, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) do Brasil.
A área afetada representa mais de um terço do território nacional, e o único estado não impactado é o Rio Grande do Sul. No total, mais de 3.800 cidades estão com alguma classificação de seca, de fraca a excepcional, e a situação pode piorar, uma vez que esses dados são de agosto.
Em Minas Gerais, quase 200 municípios decretaram emergência já em maio. Em São Paulo, a seca também começou mais cedo do que o esperado - abril, ao invés de junho. Mesmo com a chegada da época de chuvas, estima-se que não recuperaremos o nível de nossos reservatórios tão cedo.
Confira a situação da escassez nesses estados, conheça as principais causas da presente estiagem e saiba como se proteger de crises hídricas:
Minas Gerais e o drama do semiárido
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) coletados até meados de setembro, 12 das 15 cidades brasileiras que ficaram mais dias sob estiagem são do estado de Minas Gerais, como Montes Claros, que passou pelo menos 163 dias sem chuva.
Embora períodos longos sem precipitação sejam uma característica comum em regiões do semiárido, a situação vista este ano foi impactante.
Uma imagem resume bem a tristeza do estado mineiro: a cachoeira do Bom Despacho, importante ponto turístico do entorno do Marco Zero da Estrada Real, localizada em Santa Cruz de Minas, ficou totalmente seca pela primeira vez na história.
São Paulo e o racionamento crítico de água
Pelo menos dez cidades paulistas decretaram situação de emergência em algum momento este ano, sendo que quatro - Bauru, Vinhedo, Artur Nogueira e São Pedro do Turvo - tiveram o fornecimento de água afetado.
Por enquanto, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) afirmou não ter risco de desabastecimento.
“Levantamento da Defesa Civil mostrou que o mês de junho foi o mais seco em 63 anos. Em cidades como a capital, São José dos Campos, Ribeirão Preto e Araraquara, tivemos zero de chuva”, disse o tenente Maxwel Souza, porta-voz da Defesa, ao G1.
Segundo o especialista em engenharia hidráulica e ambiental Antônio Carlos Zuffo, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a situação de pouca chuva em São Paulo deve continuar por dois anos.
“Ainda que chova em março e abril, não será suficiente para a recarga completa dos aquíferos. Estamos vindo de anos mais secos e o volume disponível está sendo consumido. Com menor recarga, haverá menos vazão nos rios”, afirmou ao Estadão, explicando que as cidades que não têm reservatórios e que fazem a captação direta em rios vão sofrer mais.
Para Zuffo, uma nova crise hídrica já era esperada, devido aos ciclos climáticos. “Tivemos a crise hídrica energética em 2002/2003, a crise hídrica em 2014/2015. Se somar mais 11 anos, há uma provável crise hídrica em 2025/2026. Já alertamos para isso lá atrás”, conclui.
Motivos principais para a seca severa de 2024
Os especialistas explicam que a seca atual é resultado de vários fatores, a maioria deles ligados a eventos climáticos, como o El Niño.
O El Niño é um fenômeno que aquece o Oceano Pacífico e contribui para a elevação das temperaturas e alteração dos padrões de chuva. Ele deveria acabar em abril deste ano, mas isso não aconteceu devido a bloqueios atmosféricos que impediram que as frentes frias avançassem pelo país.
Na sequência, tivemos um evento de aquecimento do Oceano Atlântico Tropical Norte além do normal, o que também levou a mudanças nos padrões de chuva.
“Saímos de um Pacífico aquecido (El Niño) para um Atlântico Norte mais aquecido. Não houve uma trégua entre os dois eventos e isso fez com que a situação fosse se agravando gradativamente”, disse a pesquisadora e especialista em secas Ana Paula Cunha ao G1.
Infelizmente, a situação não deve melhorar em breve nem em São Paulo, nem em Minas Gerais.
Primeiro, porque a chuva de outubro deve ser mais fraca do que o esperado, havendo uma possível trégua apenas a partir de novembro.
Mas a verdadeira má notícia é que as chuvas teriam que ser acima da média para que o país se recuperasse de uma estiagem tão intensa, explicou Giovani Dolif, meteorologista do Cemaden, ao G1.
Como se proteger da próxima crise hídrica?
Essa combinação de períodos longos de seca sem probabilidade de chuvas acima da média na sequência indica que, se não houver uma crise hídrica propriamente dita, devemos enfrentar pelo menos algum tipo de escassez de água nos próximos anos.
Mas como ficam os empreendimentos ou propriedades que não podem ficar sem o bem mais precioso, essencial para a vida e para a cadeia produtiva?
Uma alternativa é ter uma fonte própria de água, como um poço artesiano. Dessa forma, você não depende da concessionária ou de caminhões-pipa, e fica livre de preocupações como oscilações na tarifa, racionamento e desabastecimento.
Claro que é muito importante procurar uma empresa séria e responsável, que faça um projeto técnico assinado por um geólogo e obtenha a licença ambiental de perfuração, como manda a lei.
Isso vai garantir não só que o seu poço seja bem construído, eliminando riscos de contaminação e de saúde, mas também que seja ambientalmente sustentável, respeitando a recarga dos aquíferos. Afinal, como vimos, a longo prazo, a situação de seca pode afetar até mesmo essas reservas.
Precisa de ajuda para ter mais segurança e qualidade com um poço artesiano para chamar de seu? Nós estamos prontos para atendê-lo! A Perfurarte tem ampla experiência em São Paulo e Minas Gerais, e a transparência é nosso diferencial.
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